Finalmente, a vacina da COVID-19 é uma realidade próxima. Cada vez mais países aprovam o imunizante e começam a proteger a população. O processo ainda está em andamento no Brasil, após a liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Para muitas pessoas, o início da vacinação é quase como um passe livre para voltar a viajar. Mas será que é assim que funciona?
Na verdade, especialistas confirmam que mesmo com algumas pessoas imunizadas, boa parte da população mundial ainda está em risco, então não é o momento para viajar.
Estudos confirmam que a vacina impede que a pessoa contraia a forma grave da doença, mas ainda não se sabe se a mesma pode frear a transmissão.
A Associação Internacional de Transporte Aéreo estuda a necessidade de criar um passaporte de saúde, que provaria que o indivíduo se vacinou, portanto, pode viajar. Seria criado um aplicativo com todas as informações e que poderia, inclusive substituir o passaporte.
Algumas companhias aéreas concordaram, como a Qantas, que anunciou que irá recusar passageiros que estiverem indo para a Austrália futuramente, se os mesmos não estiverem vacinados.
Vale lembrar que a Austrália é um país que lidou muito bem com a pandemia, possui números baixos de casos e controla a população, por isso o receio em deixar muitos turistas entrarem.
No Brasil, o Supremo Tribunal Federal autorizou medidas restritivas para quem não quiser se vacinar, então mesmo que o imunizante não seja obrigatório, essas pessoas poderão ser impedidas de voar ou realizar outras atividades.
Por que isso é problemático?
O Conselho Mundial de Viagens e Turismo rejeitou a ideia de criar um passaporte de saúde.
A justificativa é de que mesmo com o número alto de vacinações ainda esse ano, levará um tempo para que a quantidade de pessoas imunizadas atinja o necessário para a tal “imunização de rebanho”, onde o maior número de pessoas possível recebe a vacina e o risco de propagação do vírus é menor.
Gloria Guevara, a presidente executiva do Conselho, afirmou em entrevista para o portal 6 Minutos que “se você exige a vacinação antes de uma viagem, isso nos leva à discriminação”.
Ao mesmo tempo, as linhas aéreas são positivas ao certificado, devido à garantia de uma maior segurança aos profissionais dos aeroportos.
E as crianças?
Ainda no assunto viagem, se fosse cobrada uma certidão de vacinação, em que pé estariam as crianças?
Até então, elas não estão incluídas em nenhum plano de imunização, por apresentarem uma porcentagem menor de casos graves da doença.
Também, pois não houveram testes suficientes para garantir que as vacinas são ideais para elas. Pouco se fala sobre a vacinação de crianças e adolescentes.
De acordo com entrevista da pediatra Flávia Bravo para o portal “E aí, bebê?”, se a cobertura de vacinação entre os adultos for satisfatória, já será um bom avanço.
Isso porque, com o controle do vírus entre os mais velhos, as crianças correm menor risco de infecção.
Claro, tudo isso nos casos em que as crianças não façam parte do grupo de risco por ter alguma condição pré-existente que possa afetar a recuperação.
Então, o que esperar?
No momento, pouco se sabe sobre o cenário do turismo, pois a vacinação começou apenas em alguns lugares do globo. O mais recomendado é esperar pelo relaxamento das restrições.
Apenas daqui a alguns meses, após uma imunização mais extensiva, teremos indicações mais concretas de quando será seguro viajar novamente.
Então, por enquanto, se for necessário viajar, é preciso seguir todos os protocolos para evitar a disseminação do vírus, além de apresentar um teste PCR comprovando que não está contaminado.